ORIGENS
Nos anos quarenta imperavam as grandes orquestras de swing, que fenómenos deram lugar para o aparecimento de grupos de quatro ou cinco elementos com guitarras e baterias (?)… Esta música rompia com o passado, era feita por jovens para jovens.
Com a rutura social criada pela Segunda Guerra Mundial, a migração da comunidade negra americana, dentro do seu próprio território e com a aparição dos novos meios de comunicação de massas. Apenas uma década separam a “explosão” do rock and roll (1957), do primeiro programa televisivo visto nos cinco continentes (1967). Os gira-discos de acesso popular, o aparecimento do LP (Long Play) e sobretudo com a invenção da guitarra elétrica – instrumento que melhor representa este estilo musical, a Era do Rock, teve um significado avassalador na mudança do mundo.
Com o término da guerra, os negros voltaram a ser tratados cidadãos de segunda, fazendo esquecer que ombrearam com os brancos na Europa contra Hitler e no Pacífico contra os japoneses. Se em 1930, viviam na Califórnia 80 mil negros, por sua vez, em 1950, a população negra chegou a meio milhão. A música negra – o jazz e os blues expandiram-se e encontraram-se com as músicas dos brancos – folk e country. Por outro lado, os jovens do pós-guerra – filhos de muitos combatentes, buscavam uma nova linguagem, romper barreiras com os seus pais. A resposta estava nessa nova música, onde um grupo de poucas pessoas conseguia vender milhões de discos.
A mulher
Sister Rosetta Tharpe, nasceu em 1915, numa pequena cidade do Arkansas. Apenas com nove anos assumiu o piano do coral da igreja, mas pouco tempo se passou até surgir com a guitarra e a sua voz potente e ousada. Em 1938, gravou o tema “Rock Me”, uma canção gospel com a orquestra de Lucky Milinder. Alcançou popularidade e conseguiu um feito inédito, ao colocar música religiosa no top 10 da Billboard. Com a sua guitarra elétrica e letras espirituosas foi uma importante influência em músicos como: Little Richard, Chuck Berry e Elvis Presley. Curiosamente na década de cinquenta, fez um digressão com uma banda de músicos brancos “The Jordanaires”, a mesma banda que mais tarde acompanhou Elvis Presley.
Robert Plant, dos Led Zeppelin fez uma música em homenagem a ela, chamada “Sister Rosetta Goes Before Us”. Na letra, está a citação a um de seus maiores hits, “Strange Things Happening Every Day”.
Curiosamente, no Brasil, no ano de 1955, Nora Rey fez uma interpretação do “Rock Around The Clock” para o filme “Sementes de Violência” que foi mesmo a primeira “semente” para o desenvolvimento do rock no Brasil. Mais tarde Heleninha Ferreira escreveu uma letra em português para o mesmo tema e intitulou-o, “Ronda das Horas”.
O nome
Por volta do ano de 1945, começou a escutar-se uma nova música de negros “Rhythm & Blues”, com as harmonias dos blues, o uso da guitarra eléctrica e as harmonizações vocais do Gospel. O DJ Albert James Freed, mais conhecido por Alan Freed, começou a difundir esta música nos seus programas de rádio e intitulou-a de Rock & Roll.
O disco
12 de Abril de 1954, Bill Haley e Los Comets, gravaram esse “hino” histórico “Rock Around the Clock”. Ao que se seguiu o “Tutti Fruti” de Little Richard.
As Cidades
Quatro núcleos urbanos converteram-se nos núcleos musicais da américa: Nova Iorque, Chicago, Memphis e o Delpa do Mississipi. Da mesma forma que Los Angeles era o centro do espetáculo pelo cinema, Nova Iorque era o “coração” do mundo do espetáculo musical americano (Broadway). Por outro lado, no sul do país, Memphis e Nashville, foram grandes viveiros musicais terras que viram nascer a Sun Records, etiqueta para onde gravaram Johnny Cash, Roy Orbison, Jerry Lee Lewis e Elvis Presley.
A Guitarra Eléctrica
Nos anos quarenta, um músico chamado Les Paul, amante da electrónica, do progresso e da inovação, criou uma guitarra de corpo sólido que foi electrificada com um microfone. Mais tarde e já com pick-ups, nasceu a famosa Gibson Les Paul. Por outro lado, outro músico – Leo Fender, criou o seu próprio modelo – Fender, com dois modelos diferentes: a fender stratocaster e a fender telecaster. É ele também o criador do primeiro gravador de oito pistas.
O LP (Long Play)
Peter C. Goldmark, inventou o suporte discográfico mais representativo do rock – o LP. Nasceu na Hungria em 1906 e em 1933 já pisava o solo americano. Começou por trabalhar como engenheiro na cadeia de televisão CBS. Cansado dos solavancos e saltos dos 78 rotações, criou o LP. Com uma base de vinil flexível, suportada pelo aparecimento da fita magnética que mudou completamente o modo de gravação da altura. Os discos rodavam agora a 33 rotações por minuto, enquanto os singles, mais pequenos, a 45 rotações.
Músico/Colaborador