Birds Are Indie (BAI): O trio é composto por Ricardo Jerónimo (voz, guitarras), Joana Corker (voz, bateria, teclado, sintetizador) e Henrique Toscano (guitarra eléctrica, baixo, bateria, drum machine). A nossa relação com a música é a de autodidatas. O Henrique tem formação na área de som e produção, mas na parte criativa, é algo que começámos a fazer só pelo gosto. Antes éramos “apenas” pessoas que compravam discos, que iam a concertos, que falavam sobre música. E, na verdade, continuamos a fazer tudo isso, com a diferença que agora também temos uma banda e fazemos os nossos próprios discos e concertos.
OC: Como surgiram os Birds Are Indie?
BAI: Conhecemo-nos há mais de 25 anos e nunca pensámos em fazer uma banda, a nossa única preocupação era onde é que nos encontrávamos para beber um copo… e depois, logo se via. Entretanto, em 2010, o Jerónimo e a Joana começaram a fazer umas canções, meio por acaso e em jeito de terapia ocupacional (aqueles tempos estavam a ser tramados). As coisas foram-se tornando estranhamente mais “a sério” e aquando do 2º EP, em 2011, o Henrique fez a gravação e pouco depois começou a tocar ao vivo. E assim ficámos os três.
OC: E Como escolheram o vosso nome?
BAI: O nome surgiu de uma conversa entre a Joana e o Jerónimo, numa altura (2010) em que muita coisa era etiquetada de “indie”. Tudo era “indie” e não apenas a música. Umas certas camisolas eram indie, uns tipos de óculos eram indie, etc… E nós dizíamos “Eh pá, agora é tudo indie? Cá para nós, a única coisa indie são os pássaros.” (andávamos um bocado obcecados com pássaros, na altura). E assim ficou.
OC: Se tivessem de escolher um “rótulo” definindo o vosso estilo musical, qual seria?
BAI: Rótulos são aquelas coisas para pôr o prazo de validade e isso, numa banda, não é o melhor. 🙂 Ao longo destes anos já nos descreveram como bedroom pop, folk, anti-folk, indie-folk, indie-pop, indie-rock… Não ligamos muito a isso, mas percebemos que são palavras para tentar descrever e explicar um som ou um conceito. E, se calhar já fomos todos aqueles rótulos e ainda seremos um pouco de cada um. O que procuramos é não ficar “presos” a nenhum estilo ou a nenhuma moda ou a nenhuma indústria. Para sermos livres, lá está, como os pássaros.
OC: Onde e como divulgam o vosso trabalho?
BAI: Divulgamos onde a música (e tudo à volta dela, como vídeos, fotos, textos) se divulga, ou seja, na internet, na rádio, na televisão, nos concertos, na mesa de café, na mesa de merchandise…
OC: Conseguiam escolher apenas uma música que vos definisse e apresentasse?
BAI: Impossível… E mesmo que nos apontassem uma arma à cabeça, escolheríamos sempre uma diferente. Felizmente vieste desarmado, por isso, não escolhemos nenhuma.OC: Quais os vossos planos para o futuro?
BAI: O ano de 2023 foi bastante preenchido, com 30 concertos em Portugal e Espanha, desde Abril, altura em que lançámos o nosso 6º disco “Ones & Zeros”. Além do CD e do vinil, fizemos também um vídeo-álbum, realizado pelo Tiago Cerveira, que é uma espécie de “média metragem” de inspiração cinematográfica, onde juntamos 10 videoclips enquanto 10 capítulos audiovisuais. Está tudo na nossa página de Youtube. Para o ano vamos continuar a tocar, talvez um pouco menos, ainda não sabemos. E, quem sabe, começar a pensar no próximo disco…