A Terra tem cerca de 4,6 mil milhões de anos, mas só há cerca de 3 mil milhões surgiu a vida neste planeta; e que se saiba até hoje, é o único onde existe vida.
Durante 3 mil milhões de anos formaram-se e extinguiram-se espécies, que se foram adaptando às características geológicas e climáticas do planeta, conhecendo-se, hoje, cerca de 1,9 milhões de espécies, dos 11 milhões que se calcula possam existir.
Mas mesmo neste planeta com mais de 12 mil km de diâmetro, a vida só é possível numa finíssima camada que o envolve, a biosfera, com cerca de 8 km de altura e um máximo de 8 km de profundidade nos oceanos.
É na biosfera que, graças à água, aos ciclos biogeoquímicos e à energia vinda do Sol, se desenvolve a vida, logo a biodiversidade.
A palavra “biodiversidade” anda nas bocas do mundo, mas poucos sabem o que significa; a biodiversidade não é só o lince-ibérico, os elefantes e outras espécies emblemáticas; é o bife que comemos ao almoço, a cadeira de madeira onde nos sentamos, nós próprios, os milhares de milhões de microrganismos que habitam o nosso aparelho digestivo, e muito mais são biodiversidade.
Para além das razões de ordem ética e estética que ditam a defesa das espécies, há razões “interesseiras” para o Homem; por exemplo, grande parte dos medicamentos são concebidos a partir de princípios ativos descobertos na natureza sendo o mais famoso e antigo a aspirina, que tem como base o ácido acetilsalicílico, extraído das folhas dos salgueiros. O medicamento para pacientes com diabetes tipo 2, Exenatida (nome comercial: Byetta) tem um princípio ativo extraído da saliva do Monstro-de-Gila, um lagarto venenoso que vive dos Estados Unidos.
O que um lagarto venenoso pode fazer pelo Homem!
Biólogo, Presidente da FAPAS