A malha de corrupção e controle de poderes é assustadora.
O que estamos a ver é, alegadamente, uma rede mafiosa, corrupta e de tráfico de influências ;contudo, nada disto é surpresa, e quem deveria concentrar toda a sua força e poder para cercear rapidamente tão grande flagelo não o faz; pelo contrário, promove a sua continuidade.
É espantoso e ao mesmo tempo extremamente ultrajante para o Povo português ter um governo que entrou em total descrédito moral, enredado num novelo de corrupção e tráfico de influências, cheio de casos (e “casinhos”), continue em funções.
Dá-lhe o tempo necessário e total liberdade para mexer no dinheiro dos portugueses, continuar a gerir negócios, ocultar provas e, obviamente, preparar o futuro promissor dos seus intervenientes.
Marcelo não podia ter feito isto ao Povo português; o país está em frangalhos. O colapso do Sistema Nacional de Saúde, a Educação a carecer de professores, problemas gravíssimos de falta de habitação, os sistemas judiciário e fiscalizador completamente inoperantes e cada vez mais corrompidos, a migração completamente desregulada, o crescimento económico pior do que medíocre e, mais uma vez, a corrupção e o compadrio instalados livremente no Governo Português.
É um pântano político demasiado fétido, uma pocilga a céu aberto. Todos sabemos que existem escritórios de advogados que têm clientes com interesses nos múltiplos sectores mais rentáveis deste país, como das obras públicas, da promoção imobiliária, do ambiente, da saúde, da agricultura e ao mesmo tempo são consultores do Governo para escrever a legislação que vai regular os processos em que esses clientes são candidatos.
Deputados que acumulam cargos de administrador, diretor, consultor e até advogado nesses mesmos clientes e, quando dos negócios já concluídos, como ex-governantes, vemo-los lá em cargos importantes, porque é assim de forma legalizada que recebem as prometidas luvas dos negócios facilitados. O resultado está à vista, a normalização do crime de lesa-pátria.
É impossível esta “democracia portuguesa” conseguir sobreviver a isto, com um Estado falido, com um país empobrecido e com uma gatunagem à solta, muito bem protegida e com organismos de investigação e julgamento que lhe dão quase 100% de chances de nada lhes acontecer. Já dizia o saudoso Medina Carreira que ser corrupto é o melhor estatuto que se pode ter.
Se tivermos bem a noção da situação em que se encontra o país, com graves problemas sociais e económicos, só temos que nos alertar ainda mais quando um Presidente da República lida tão levianamente com a imoralidade a transbordar na política e só se preocupa com a imagem pessoal com que vai ficar para a história.
Este foi o Presidente, que foi recentemente confrontado por um grupo de manifestantes em frente ao Palácio de Belém após as declarações polémicas do chefe de Estado sobre a Palestina, “Devia ter vergonha. O senhor não é comentador, é o presidente de todos os portugueses. O senhor fala demais“, disse-lhe um desses manifestantes. Este é o Presidente que não só fala demais como age de menos. A sua cumplicidade, a sua passividade, a sua complacência com este Governo e a quantidade de casos que este senhor ignorou é,naturalmente,um crime de lesa-pátria que deve ser julgado pelo Povo (já que a Justiça não se mete nessas coisas).
A corrupção, ao ser tolerada e ignorada, tem o potencial de minar os fundamentos mais robustos de uma comunidade. Se até o cuidador de um galinheiro, alertado repetidas vezes sobre a presença de raposas e ciente de sua presença, permite que elas permaneçam, não é merecedor do cargo que tem, porque será que Marcelo Rebelo de Sousa há-de continuar a merecer ser o nosso Presidente da República?
Servo da República