“Sim, sou candidato à presidência do FC Porto” – foi com estas palavras que iniciou o discurso de apresentação.
Numa sala -grande -cheia, com cerca de 700 convidados, talvez mais, fez um resumo breve do programa eleitoral, detalhando alguns pontos essenciais.
“Vamos iniciar um novo ciclo. Cortar com o “status quo” no qual impera o medo e onde ninguém pode dizer o que pensa” -afirmou Villas-Boas. Elevou a importância do momento “tem muito significado para mim poder ir ao encontro das exigências dos sócios.”
Exigência e Inovação
“O único propósito desta candidatura é servir o FC Porto. Torná-lo mais forte, mais completo, mais vencedor, mais dos sócios e para os sócios” – disse o candidato.
Quanto às novidades, há três claras bandeiras nesta candidatura – transparência, exigência e inovação.
Transparência, com a criação de um portal onde os associados podem consultar todos os negócios do clube.
Exigência com todos os departamentos.
Inovação na formação de “jogadores à Porto”.
André Villas-Boas decidiu apresentar a candidatura nesta fase por entender que o FC Porto já não consegue crescer mais.
“Neste momento o clube estagnou, não é capaz de crescer enquanto clube desportivo e instituição. Está refém de interesses alheios à nossa instituição.”
Preocupações e novidades
Villas-Boas mostra-se preocupado com a forma como tem sido gerido financeiramente o clube. É um ponto marcante que critica com dureza.
“Esta administração não foi capaz de acautelar o futuro. Está agarrada a uma gestão sem nexo e sem rumo. Precisamos de a reverter com urgência.”
Pelo que, pretende diminuir a remuneração dos administradores em 50 por cento na remuneração fixa e 60 por cento na real, criando um teto salarial.
“Será reestruturada a administração em executiva e não executiva”
Basicamente, aquilo que considera desajustado, pretende modificar. “Academia principal, Centro de Alto Rendimento, comunicação com os sócios, que são sempre os últimos a saber o que é feito no clube.”
“Estamos a 3 meses das eleições e a direção prepara-se para tomar decisões estruturantes que podem pôr em causa o trabalho dos últimos 15 anos.”
Maia e Olival
Estas decisões têm a ver, principalmente com a aquisição dos terrenos na Maia, para a construção da academia. André tem uma visão diferente desta situação.
“Há um terreno na Maia que o FC Porto tem de comprar em hasta pública. E se não tiver dinheiro, ou alguém, de má-fé, comprar, ou se os clubes rivais também estiverem interessados? Não é seguro que consigam comprar esses terrenos. Há um grande fator de risco. Entretanto, conseguimos, no Olival, a mil metros do Centro de Treinos, acertar com os proprietários e fazer a escritura a qualquer momento. Temos de colocar no mesmo espaço os profissionais e a formação. Tudo foi feito com a máxima transparência.”- afirmou o candidato
Quanto a iniciativas, as mais relevantes são a criação da Fundação FC Porto – financiada por parceiros e pelo clube. Continuar a apoiar as modalidades é promessa clara.
No que se refere a atividades desportivas, criar uma Direção Desportiva, uma de “scouting” – para todas as modalidades -, um gabinete de performance, metodologia da formação unificada, aposta séria no futebol feminino, lançar as bases do futsal e criação do Centro de Alto Rendimento no Olival.
“O FC Porto tem, a sua história exige, de retornar a ser dos melhores da Europa e do Mundo. Para isso é exigível transparência, eficácia, inovação e ética, aliadas à gestão e à componente desportiva. Só conseguimos formar ou contratar jogadores “à Porto”, com transparência e inovação” – disse.
Durante a próxima semana, André Villas-Boas dará a conhecer o nome do Presidente da Mesa da Assembleia Geral, do presidente do Conselho Fiscal e disciplinar e do Administrador Financeiro.
Muitas foram as figuras de vulto no universo portista na área do futebol que marcaram presença, entre as quais, Maniche, Jorge Costa, Helton, Nuno Valente, António Sousa e Ricardo Sousa, que se recusaram a prestar quaisquer informação quanto aos seus futuros, bem como uma possível ligação à estrutura que Villas-Boas quer construir.
O ator Pedro Teixeira foi o animador do evento e quer ele quer André Villas-Boas fizeram questão de enaltecer o trabalho de Jorge Nuno Pinto da Costa, José Maria Pedroto (representado pela esposa, Drª Cecilia Pedroto) e outras figuras, como Fernando Gomes, o “bibota”. Sempre muito aplaudidos pela assistência quando os nomes eram citados.
Sobre as elições de abril, Villas-Boas incentivou os associados a votar “não tenham medo deste ato democrático e juntem-se com coragem a este movimento.”
A sede fica aberta aos associados que poderão assistir aos eventos que aí se realizem, de modo a compreenderem plenamente o programa da candidatura.
Texto: A.Jorge Santos
Fotos: António Proença
Jornalista