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Domingo, Maio 5, 2024

Amar o FC Porto? Ensaio sobre a cegueira do poder…

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Amaro F Correia
Amaro F Correia
Docente na Atlântico Business School/Doutorado em Ciências da Informação/ Autor do livro " Governação e Smart Cities"

Amar significa UNIR. Nenhum dos candidatos se propôs Unir. Em véspera das eleições mais importantes no FC Porto dos últimos 42 anos, propus, em Janeiro, a todos os candidatos que fizessem uma transição pacífica do poder, ou seja, que nesta fase juntassem poder, saber e conhecimento, em prol do FC Porto, pela razão simples “para poder chegar aonde se quer, tudo depende de onde se esteja.

Pois é, meus caros, especialmente dois candidatos, escolherem gente, de um lado e de outro, nociva aos interesses dos FC Porto. Lista A e B têm gente que não interessa, nem Ama o clube.

A lista C é inoportuna, neste momento e por isso, a minha decisão de sair. Refleti muito sobre esta tomada de decisão e enquadro o título, num livro que li, na minha juventude: estas “eleições epidémicas” de cegueira cinzenta, mas que deveria ser azul e branca, pelo poder, espalhou-se, rapidamente, com contornos que espero, ainda, retornáveis, por toda a onda azul e branca. Todos ou Somos, que diferença faz, se amam o FC Porto? Esta onda, não era fictícia, tanto que, se refletiu em toda a estrutura do Clube, não evitando um contágio doentio e generalizado.

Cegou, incentivou o ódio, movimentou as forças de segurança, a comunicação social, ávida de “sangue”, enfim, tornou todos aqueles que a contactaram, cegos, surdos e mudos, ao ponto, por sugestão minha, concordando com o autor (José Saramago) que deveriam ser internados num manicómio regenerativo para perceberem o que significa Amar.

Amar é uma emoção ou um sentimento que leva as pessoas a desejarem o bem a outra pessoa ou a uma coisa, mas não devem esquecer que o uso do vocábulo empresta muitos significados comuns ou conforme a ótica de apreciação, tal e qual as religiões, a filosofia, a política, os clubes ou nas ciências humanas.

Estou tristíssimo com a desunião criada no Clube onde desde miúdo cresci e me formei para valores e princípios que ainda hoje defendo. A todos os que desuniram internava-os num manicómio, com regras especificas de vida, básicas: não saem; a comida será entregue à porta; ninguém intervirá em caso de acidente/desastre; banhos controlados; desinfeção e desinfestação mental regular… a partir deste momento, ficam fora do mundo e fora do tempo para ganharem “tino”. E isto, é que me preocupa, nos tempos que correm: falta de bom senso, cegos pelo poder instituído, ganho ao longo dos anos, por Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa e as suas direções e a avidez… Não, não é de ganhar, mas de protagonismo.

Confesso que em Fevereiro decidi votar em Pinto da Costa, assumidamente, pela gratidão e pelos anos de glória que me sustentou, animicamente, a mim e à minha família.

Democratizei em casa, profetizando as minhas filhas Josefina Correia e Ana Estefânia Correia, que seriam do FC Porto para sempre, sócias, desde o primeiro dia das suas vidas.  Por isso, a minha insistência em pacificar o clube e apelar à União, porque se trata de novas gerações, com hábitos e interesses diferentes dos nossos, que se habituaram a ganhar, sem perceber a história e as dificuldades do Clube.

O mundo do futebol deixou de ser puro e empurrou-nos para uma gestão de negócios desportivos, onde os interesses se sobrepõem ao Amor. Mas voltemos à cegueira e ao Ensaio, se bem entendido, como reflexão sobre determinado tema que pretendo esgotá-lo no próximo dia 27/04, de forma pessoal e para sempre.

Não digo nunca a qualquer convite para ser útil ao meu clube. Não, não o farei, porque não estaria a ser sério. Sonho com um clube ainda maior. Confesso que tinha expectativa do bom senso e da sensatez, porque esta “guerrilha” vai criar problemas sérios, que os nossos “amigos” vão adorar. Não me sinto responsável. Avisei. Em 2020, 2024 assumi a autoria do programa do Nuno Lobo, que deixei para memoria futura e o meu sonho está lá, explicito, assumidamente para um grande clube europeu, mundial. Como? Com pessoas, com portistas que não ceguem pelo poder.

Tenho esperança que não cegámos, “…penso que alguns estão cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem”.Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.” Às vezes, questiono a crueldade dos argumentos desta campanha e até que ponto podem chegar “à brutalidade” dos candidatos das listas face aos mais debilitados, com comportamentos desesperados, pelo poder, para tentarem sobreviver?

Voltaria a isola-los, presos na luz cinzenta que deveria ser azul e branca, que lhes toldou os olhos de forma a iniciarem uma descida em espiral, na escala da dignidade a uma velocidade alucinante que se agrava com a chegada de mais e mais cegos. Já sãos muitos os cegos e começam a preocupar-me. Reduzo o “homem” ao seu reduto animalesco, traduzindo de forma fiel e intensa, a crueldade, o egoísmo e a insensibilidade dos “homens fechados” no seu desespero pelo poder.

Apelo a todos e a todas à serenidade no dia 27/04, que promovam uma introspeção na campanha ao FC Porto. Nunca mais, nada será como dantes e, com franqueza, vou esperar que tudo corra bem, não havendo qualquer distopia perturbadora: a humanidade peca por não saber observar aquilo que a rodeia.

É importante perceber que é essencial que se desenvolva capacidade, a todos(as) de atribuir valor às pequenas coisas, à gratidão pela posse de todos os sentidos e à consciência dos outros e de nós mesmos. As minhas desculpas se feri suscetibilidades, mas nunca nos meus textos tive qualquer intenção pessoal de ferir a honorabilidade e/ou a seriedade dos candidatos. Apelo ao voto útil, pelo FC Porto. Viva o 25 de Abril! Viva o FC Porto!

Dedico este texto
Ao meu amigo Luis Freitas Lobo, pelo defesa do futebol em estado puro.
Às Minhas Filhas, Josefina e Ana que amam, verdadeiramente, o FCPorto.
Ao Presidente Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa por tudo em que me fez acreditar durante 42 anos disto.

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