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Domingo, Outubro 13, 2024

A solução – Por Susana Pinto

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Susana Pinto
Susana Pinto
Professora de Português e Alemão

Por estes dias ouvi duas frases profundamente coerentes. Aquele tipo de frase que parece simples, mas não é, porque expõe na sua simplicidade a riqueza do essencial:
«Que não se espere que seja a política a resolver os problemas que assolam a sociedade.» – ficou-me a matutar na cabeça.

É comum ouvirmos, à nossa volta, múltiplas queixas relacionadas com as mais variadas situações quotidianas: filhos incontroláveis, empregos desgastantes, tarefas intermináveis, correria constante, cansaço permanente, paciência que não há, discussões sem fim, responsabilidades que se multiplicam e um tempo que voa.

Assiste-se a uma espécie de normalização em curso de uma forma de vida que se diz moderna, mas que dá claros sinais de não estar a agradar a ninguém.

Simultaneamente, a esta constatação de queixa generalizada, há um recurso à ideia de que a solução para este rol de dificuldades em que vivemos está na Política. E não está!

Começamos por atribuir as culpas do nosso mal-estar diário às decisões governativas – altamente ideológicas e obviamente questionáveis – para depois esperarmos um qualquer D. Sebastião político que resolva os problemas da nossa sociedade.
Em nenhum destes momentos assumimos pessoalmente qualquer responsabilidade.

E é aqui que me surge à ideia a segunda frase. Ouvi-a num podcast – atividade que me cativa cada vez mais – onde um ilustre pensador do Norte sustenta que «as melhores pessoas ficam em casa; não vão para a política.»
Entendo, portanto, que o essencial a reter aqui é não esperar que outros – muitas vezes menos capazes – resolvam problemas que são nossos.

Acredito na capacidade humana de perceber onde falhou e emendar a mão. Foi um erro demitirmo-nos da nossa função dentro da sociedade e permitir que o Estado – essa Entidade central e abstrata – pensasse por nós, escolhesse por nós e decidisse por nós.

Perdemos na Educação, perdemos na Saúde, perdemos na Habitação, perdemos na qualidade de vida – o que faz sentido, tendo em conta a capacidade (ou falta dela) de quem os governa.

Acima de tudo, convém lembrar o essencial e nunca esquecer:
A SOLUÇÃO está em NÓS!

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